Dia decisivo: quarta, 22 de maio de 2019

A professora Edilene iniciou as atividades usando o livro didático. Durante os exercícios, a Thainá pediu ajuda quanto a biografia a ser entregue à professora, na semana da culminância do projeto, sobre o autor que a turma está trabalhando. Ainda nas duas primeiras aulas no 9ºA, auxiliei a professora na atualização do blog dela.

Depois da terceira aula e intervalo, fomos ao 9ºB. Foi um momento marcante porque a professora se ausentou para conversar com os pais de um dos alunos e eu fiquei por alguns minutos com a turma, não tinha mais ninguém da equipe do PIBID. Assim que a professora saiu da sala, os alunos começaram a falar alto, gritar, sair do lugar, jogar bolas de papel no outro. Fiquei tensa. Pedi silêncio e que eles fizessem a atividade que a professora havia deixado. Não deram ouvidos. A minha voz não superava os gritos da turma, então fui de grupo em grupo, circulando pela sala, pedindo para que abrissem o livro, explicando a atividade. No grupo em que eu estava, eles me davam atenção, mas todos os outros continuavam com um barulho desconcertante.

Passaram-se apenas vinte minutos, mas muitas coisas fizeram sentido. A superlotação da sala e, com isso, a impossibilidade (talvez, por que não tentei) da organização em "U". Se houvesse menos alunos na sala, a organização poderia mudar, a voz alcançaria os alunos do fundo, que além de não ouvir, sentem muito calor porque os ventiladores só arejam quem está nas cadeiras da frente. A organização em "U" também possibilitaria o contato visual de todos em todos.

Um dos professores utiliza microfone e uma caixinha para saída de som. Acredito que terei que investir nisso, se eu quiser que todos me escutem. Além de fonoaudiólogo porque cheguei em casa com a garganta irritada e não consigo gritar, falar alto, talvez por causa da cultura, ainda não sei. Esse dia me fez pensar no que eu terei que fazer para chamar atenção da turma. A gente ouve dizer que é desafiador, mas só ficamos com medo de verdade quando sentimos na pele. Antes disso, o que sentimos é só um medo imaginado.

Esse dia também me trouxe uma luz para a elaboração do meu TCC. Não sei se estou me envolvendo com algo além das minhas energias, mas me atrai pesquisar sobre as escolas públicas, especialmente porque é aonde eu quero lecionar. Acredito que é nesses ambientes que a contribuição à sociedade é maior. Autonomia é a palavra que me move na direção do ensino público. Talvez isso tudo seja utopia, mas é o que me inquieta nesse momento.

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